Ontem 4 dos 9 torcedores que conseguiram liminar resolveram entrar no jogo mesmo com os apelos da diretoria. Claro que a diretoria fez a parte dela que é defender o clube de novas punições, mas ando lendo muito exagero por aí.
Li várias pessoas discriminando esses torcedores porque não têm o perfil "maloqueiro". Refaço a pergunta que fiz no twitter: quando foi que começamos a discriminar torcedor nosso? Que eu saiba, o Corinthians é o time de todos e isso inclui até "torcedores coxinhas", gostemos das atitudes deles em campo ou não. Aliás, se eles estão de boa lá "twittando" e não estão soltando bombas que matam crianças, muito melhor né?
Quanto a possível punição por parte da Conmebol, pode ser realmente que venha mais aí. Independente da ação deles ter sido contra a entidade e não foi respaldada pelo Corinthians, não duvido de mais nada que venha dessa entidade. Eu, pessoalmente, mesmo que tivesse ingresso não tentaria mas pelo simples fato que esse torneio já era para mim. Por mais que o Corinthians ganhe o título, ainda vai ser o torneio que uma bomba soltada por um torcedor nosso matou uma criança. Isso conquista nenhuma em campo vai apagar.
Sobre a acusação de moralidade ou não dos que entraram com a liminar (discurso amplamente feito pelos jornalistas) devolvo a questão: se é imoral ter gente no jogo, se o estádio vazio é para lembrar o que aconteceu, por que o mesmo não vale para todo mundo? Por que não defenderam que nem cobertura da TV tivesse? Se era para ser impactante mesmo, o jogo não devia ter testemunha nenhuma.
De novo, os repórteres defendem uma regra que não vale para eles. E justamente porque os compromissos comerciais das emissoras estão muito acima do sentimento que qualquer um deles tenha pela criança que foi morta.
Sabe, essa hipocrisia cansa. E justo parte daqueles que deveriam ser conhecidos pela isenção. Mas para eles coisas como transparência, coerência, honestidade, justiça só podem ser cobradas dos outros. Deles qualquer cobrança nesse sentido é um atentado contra a liberdade de imprensa.
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